BOAS PESSOAS

Neste mês de Novembro vivemos as emoções no feminino,  falando de boas pessoas. Ao recebermos um dossier da Fundação Lwini, confirmámos a nossa simpatia pela organização, que já nos levou a apadrinhar uma criança num projecto intitulado MIL AFECTOS, MIL SORRISOS. Aproxima-se a quadra festiva e por isso é o tal tempo de sermos bons, na ironia do poeta. A Fundação recolhe donativos de várias formas. Organiza um baile anual que conta normalmente com um artista internacional, passeios turísticos pelo país, etc.  Mas em 2016, apresentou um programa de intervenção social intitulado EDUCAR É A NOSSA MISSÃO cuja introdução diz o seguinte:  Vivemos num período de grande crescimento social e económico, de intercâmbio com o mundo, de novas ideias, conceitos e tecnologias. Porém neste conjunto de novidades, na nova dinâmica da sociedade, as boas pessoas por vezes perdem a voz e com isso se enfraquecem os nossos bons costumes. Os lares, escolas e cidades perdem valores como os laços familiares, o respeito, a solidariedade e outros tantos que são os fundamentos de uma sociedade saudável. É hora de darmos voz às boas pessoas que temos em nossas vidas – no lar, na vizinhança, no trabalho, na governança. Sobretudo devemos despertar e ensinar os nossos valores, a nossa humanidade, para a formação de uma sociedade mais justa, mais pacífica e mais ordenada. No programa estava previsto um tema para cada mês – Em novembro é a liberdade, que significa decidir com responsabilidade. É um direito que nos permite escolher o que fazer com as nossas vidas, como dispor dos nossos talentos e habilidade, posses e tempo, porém reconhecendo os nossos limites. É a autonomia e a espontaneidade, de um sujeito racional; elemento qualificador e constituidor da condição dos comportamentos humanos voluntários. Somos livres quando respeitamos as leis e as normas, caso contrário podemos pagar com a falta desta. Em Dezembro o tema central é o amor. Vamos ouvir música e depois ver como se pode despertar Aa boa pessoa que há dentro de nós.

Todos conhecemos uma boa pessoa. Uma boa pessoa é aquele familiar, amigo, colega ou conhecido que faz as coisas como deve ser. Que cumprimenta com um sorriso é cordial, respeita a si e aos outros e inspira confiança. Uma boa pessoa é aquela que ensina a fazer o que é certo, que é solicita, que ouve e aconselha com sabedoria quando é preciso. Uma boa pessoa é aquela com quem podemos contar porque sempre está aqui. Angola tem muito boas pessoas, tu mesmo conheces várias: são mães, pais, irmãos, tios, avós, colegas, educadores, amigos; e outros tantos que todos os dias dão o melhor de si para assegurar o bem-estar da família e da sociedade. É muito fácil lembrar das boas pessoas, porque dão bons testemunhos e quando as conhecemos elas ficam em nossos corações. São pessoas que deixam marcas, às vezes com uma palavra, um acto. Uma boa pessoa faz uma família unida e muitas boas pessoas fazem melhor toda a nação. Angola precisa da boa pessoa que existe em nós. Vivemos num período de grande crescimento social e económico, de intercâmbio com o mundo, de novas ideias, conceitos e tecnologias. Porém neste conjunto de novidades, na nova dinâmica da sociedade, as boas pessoas por vezes perdem a voz e com isso se enfraquecem os nossos bons costumes. Os lares, escolas e cidades perdem valores como os laços familiares, o respeito, a solidariedade e outros tantos que são os fundamentos de uma sociedade saudável. Quando não existe o diálogo dentro da família, perde-se a união os valores morais e a sociedade inteira sofre com o crescimento da delinquência, violência, injustiça, insalubridade, do desrespeito ao ser humano e da falta de solidariedade. Quando olhamos para a nossa comunidade e pensamos que é mais fácil desconfiar do mal que confiar no bem, é hora de despertar a boa pessoa que existe dentro de cada um de nós e, juntos, resgatarmos a civilidade, os valores morais e éticos, e a cidadania da nação angolana.

 

AS BOAS PESSOAS QUE PODEMOS SER

Hoje escolhemos o tema das boas pessoas que todos nós conhecemos. Ao vermos as notícias pensamos que a nossa sociedade está perdida. Só há mães que abandonam os filhos, mulheres que se prostituem, miúdos bandidos, homens malvados, assassinos, gatunos etc. as noticias só falam das más pessoas. Só relatam actos maléficos. Só mostram a cara das más pessoas. Claro que é preciso denunciá-las. Mas nós temos muito boas pessoas senão o nosso país já se teria tornado um inferno. Todas as semanas há notícias de pessoas que são baleadas quando levantam dinheiro. Pessoas que morrem à mão de um bandido qualquer, que acha que pode usufruir daquilo que os outros ganharam. A difusão de bons conselhos pela rádio, pode ajudar. Mas não resolve. Só a educação pode resolver. Antes é preciso que muitos dos problemas sociais sejam resolvidos. Há muitas pessoas boas a morreram às mãos de pessoas más. Muitas são más circunstancialmente. Nunca pensaram roubar ou matar. Ficamos sempre preocupados quando ouvimos e vemos na televisão as pessoas a contarem como cometeram o crime. Até vimos uma pessoa dessas arrependida, e que agora é um activista religioso. De cara lavada, muito bom aspecto, mas mesmo assim, ficámos arrepiadas ao ouvi-lo contar o que já fez, num programa da nossa TV. Agora parece ser uma pessoa boa. Mas o que é ser uma boa pessoa, para começar? A resposta vem-nos de alguém num blog. Parece haver vários níveis de bondade e de maldade no mundo. Madre Teresa é um exemplo extremo de bondade. Mas a questão é que, em geral, uma pessoa que toma conta de si e não incomoda os outros já é considerada uma boa pessoa. Não que isso seja pouco. São muitas as possibilidades da pessoa se perder por aí e virar um problema (muitas vezes sem solução) para amigos e família. Mas será que ter um emprego, uma casa e seguir a sua vida sem depender nem dar trabalho a ninguém já é ser uma boa pessoa? A verdade é que nos contentamos com o mínimo. Cuidar de si mesmo é o mínimo. Tentar fazer algo de bom pelo resto do mundo, isso é algo a mais. Isso, sim, é realmente bom. Há quem ligue o assunto à religião, mas sabemos que tornar-se uma pessoa boa não exige um vínculo religioso nem abandonar alguns prazeres mundanos. Quem se foca no bem cultiva sem fazer alarde ou uso pessoal porque lhe é inato e natural. A campanha da Fundação pretende que as boas pessoas angolanas influenciem todas as outras. Sejam o seu espelho e que sejam lembradas por isso. Pessoas que tenham

 

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A QUARTA ONDE FEMINISTA

 

 

Eis um artigo que nos achamou a atenção - As feministas estão de volta à luta. Décadas depois dos protestos pela libertação sexual, nos anos 1960, e mais de um século depois da campanha pelo direito ao voto – causas que uniram gerações inteiras de mulheres –, um feminismo novo e multifacetado está emergindo dos blogs e redes sociais. Muitas das novas militantes são mulheres jovens, educadas na era digital, que passaram a juventude inteira ouvindo dizer que homens e mulheres já tinham direitos iguais. Com a chegada à vida adulta e ao mercado de trabalho, elas depararam com inúmeros sinais de que a igualdade entre os sexos ainda é uma ilusão – e decidiram organizar-se para fazer algo a respeito. Alguns especialistas já descrevem esse fenómeno como o surgimento da quarta onda feminista, para diferenciá-lo dos três outros grandes momentos do feminismo no século XX. Há até quem tenha trocado a palavra “feminismo” por “feminismos” – assim mesmo, no plural. Em vez de formar um movimento único, como no passado, as novas feministas formam vários grupos distintos. As suas causas muitas vezes são semelhantes, mas cada um tem a sua visão de feminismo e a sua estratégia para buscar mais igualdade. As novas feministas têm diferentes formas de protestar. Ex-líder do Femen no Brasil, Sara Winter é uma das radicais. Desde o surgimento do grupo na Ucrânia, em 2008, as passeatas usam a nudez para chamar a atenção da mídia – e muitas vezes terminam com as integrantes na polícia. O grupo já promoveu manifestações diante de templos religiosos, como mesquitas, ou símbolos públicos, como sedes de governos e embaixadas. Sara, que acaba de criar um movimento próprio, com base no Femen, o Bastardxs, acredita no poder do corpo como instrumento de protesto. “A gente choca por meio da nudez descontextualizada”, diz Sara. A Marcha das Vadias, movimento que surgiu em 2011 no Canadá, também usa o espaço público das ruas para seus protestos. Nas marchas, repletas de cartazes com palavras de ordem, há nudez, mas não é obrigatória. “Até homens podem marchar, mas o comando é sempre das mulheres. A única regra é essa”, diz uma integrante da Marcha de São Paulo, que não se quis identificar.

O despertar de um novo feminismo na internet também deu voz a outros grupos, que o movimento feminista tradicional não representava. É o caso do transfeminismo, uma corrente que defende o fim da discriminação não só contra as mulheres, mas também contra as pessoas que não se identificam com comportamentos ou papéis esperados para pessoas do seu sexo. Entre os grupos incluídos na corrente estão os transexuais (aqueles que têm o desejo de viver e ser aceitos como alguém do sexo oposto) e os transgêneros (desde quem se identifica com o gênero oposto até quem se considera parte homem e parte mulher). “Hoje, não é possível ser aquela feminista que só pensa nos direitos das mulheres”, diz Lola. “É preciso debater os direitos de todos.” Uma das ativistas mais importantes da atualidade é a cantora pop americana Amanda Palmer. Ela acredita que o debate político sobre o feminismo não funciona e, por isso, prefere chamar a atenção do mundo para o tema com performances ousadas – geralmente envolvendo nudez – e letras sobre medos e emoções femininas. Amanda também se dedica a criticar a exposição do corpo da mulher como objecto do prazer masculino nos meios de comunicação. A sua vítima mais recente foi o jornal britânico Daily Mail, que publicou a foto de seu seio “fugindo” do sutiã num show. Em resposta, Amanda ficou totalmente nua em outro concerto – e interpretou uma canção que satirizava o jornal. “Mulheres jovens estão finalmente a ser  reeducadas a respeito do que o feminismo significa e que a coisa mais importante é lembrá-lhes de que a batalha nunca foi vencida”, afirma Amanda.

ONDA FEMINISTA DO SÉCULO XXI

O uso de ferramentas tecnológicas como sites de vídeos e redes sociais é uma das principais características do novo feminismo. Os estudiosos do movimento feminista costumam dividir a sua história em três grandes etapas – cada uma delas caracterizada pelas  suas bandeiras e pela incorporação de novos desafios. A primeira onda, no início do século passado, foi marcada pela luta da conquista do poder político, especialmente o direito ao voto. A segunda onda, da década de 1960 até a década de 1980, lutou pelo fim da discriminação e pelo fim de uma estrutura de comando em que somente os homens tinham acesso ao poder. A terceira onda feminista teve início a partir da década de 1990 e contestou as omissões do movimento anterior. Combatia as definições da mulher típicas da segunda fase, que se baseava apenas nas experiências das mulheres brancas de classe média alta americanas e britânicas. Atualmente, especialistas discutem ainda se estaríamos diante de uma quarta fase do feminismo, definido pelo uso das tecnologias para construir um movimento popular forte, reativo e multifacetado na internet.  A nova onda incentiva as mulheres a perceber que a desigualdade não é um problema individual, mas colectivo – e, por isso, precisa de soluções políticas. Outros especialistas discordam da existência da quarta onda feminista e afirmam que o aumento do uso da internet não seria suficiente para delinear uma nova era. Os novos feminismos seriam uma continuação da terceira onda.

Num ponto, todos concordam: o feminismo de fato deixou de ser um movimento único para dar lugar a grupos fragmentados. A mudança é vista como algo natural. “Seria louco juntar todas as mulheres num único movimento, dada a diversidade de suas necessidades e experiências”, afirma a escritora feminista americana Naomi Wolf. Isso não significa que o feminismo tenha se enfraquecido. Pelo contrário: “

O feminismo do século XXI multiplica-se em várias tendências. E usa a tecnologia digital para difundir a ideia de que a igualdade entre os sexos ainda é uma ilusão um trabalho de GRAZIELE OLIVEIRA, COM JÚLIA KORTE  ( 2014).

 

 

 

 

 

 

 

EMOÇÕES NO FEMININO

“Nunca tivemos uma geração tão triste”.

Alguém partilhou um tema dom este título e aguçou a minha curiosidade. Fui logo saber do que tratava. Eram considerações do  psiquiatra Augusto Cury sobre a forma ocmo os nossos filhos estão a ser preparados. Diz ele que  é urgente ficar mais offline e ensinar os filhos a contemplar o belo. Este famoso psiquiatra brasileiro tem livros publicados em mais de 70 países e dá palestras para multidões no Brasil e  fora dele, lançou recentemente uma versão para crianças e adolescentes do seu best-seller Ansiedade - Como Enfrentar o Mal do Século. O autor  fala sobre os desafios de se criar os filhos hoje e não poupou críticas à maneira como a família e a escola têm educado os pequenos. Ele diz que assistimos  ao assassinato coletivo da infância das crianças e da juventude dos adolescentes no mundo todo. Nós alteramos o ritmo de construção dos pensamentos por meio do excesso de estímulos, seja com presentes a todo o momento, seja com o acesso ilimitado a smartphones, redes sociais, jogos de videogame ou excesso de TV. Com todas essas mordomias, os nosso sfilhos estão  a perder as habilidades sócio-emocionais mais importantes: não sabem colocar-see no lugar do outro, não pensam antes de agir, não conseguem  expor   e não impor as suas ideias, não aprendem  a arte de agradecer, etc.  É preciso ensiná-los a proteger a emoção para que fiquem livres de transtornos psíquicos. De acordo com o especialista as novas gerações devem aprender a lidar com os seus pensamentos  para prevenir a ansiedade. Ter consciência crítica e desenvolver a concentração. “Aprender a não agir pela reação, no esquema 'bateu, levou', e a desenvolver altruísmo e generosidade.”
“Nunca tivemos uma geração tão triste, tão depressiva. Precisamos ensinar às nossas crianças a fazerem pausas e a contemplar o belo. Essa geração precisa de muito para sentir prazer: Viciamos os  nossos filhos e alunos a receberem muitos estímulos para sentir migalhas de prazer. O resultado: são intolerantes e superficiais. O psiquiatra suplica aos pais que proporcionem aos adolescentes mais estímulos para eles se aventurarem, a ter contato com a natureza,  encantarem-se  com a astronomia, com os estímulos lentos, estáveis e profundos da natureza que não são rápidos como as redes sociais. O Dr Cury diz que os pais procuram, preencher integralmente o tempo das crianças e só lhes dão produtos, transformando-os em consumidores, não cuidando das suas emoções.  Esta abordagem é o muito importante, para todas familias, sobretudo para aquelas que têm possiblidades financeiras e atolam os seus filhos de tecnologia: ipad, smarthfone etc. e nunca lhes dedicam o seu tempo. Diz ele que é preciso  que os pais cruzem o seu mundo com o dos seus filhos. Aqueles pais que se limitam a seguir manuais de regras  estão aptos a lidar com máquinas. É preciso criar uma intimidade real com os pequenos, uma empatia verdadeira.  Quinze minutos na semana podem valer por um ano. Pais têm que ser mestres da vida dos filhos.

Mais  brincadeira, menos informação
“Criança tem que ter infância. Precisa brincar, e não ficar com uma agenda pré-estabelecida o tempo todo, com aulas variadas. É importante que criem brincadeiras, desenvolvendo a criatividade. Hoje, uma criança de sete anos tem mais informação do que um imperador romano. São informações desacompanhadas de conhecimento. Os pais podem e devem impor limites ao tempo que os filhos passam em frente às telas. Sugiro duas horas por dia. Se você não colocar limite, eles vão desenvolver uma emoção viciante, precisando de cada vez mais para sentir cada vez menos: vão deixar de refletir, se interiorizar, brincar e contemplar o belo.”



Luísa Fançony | Directora Geral
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A OUTRA FACE DE GANDHI

 

Sempre que nos debruçamos com mais atenção sobre uma figura da história universal, acabamos por ficar desencantados. Lembro-me de ouvir falar de D. Pedro I de Portugal, como um sanguinário, por exemplo.  “Diz-se que mandou servir um banquete enquanto assistia à execução de Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves, típico dum neurótico. Gostava mais de ser algoz de que juiz, como atestam algumas sentenças que proferiu”. Agora é a figura de Gandhi que saiu maculada, pelo menos para mim. A noticia era de que mais de mil académicos da Universidade do Ghana, no campus de Accra, terem assinado uma petição, lançada que tinha como finalidade a remoção da estátua de Mahatma Gandhi. O corpo docente acusa o antigo presidente da Índia de ter sido racista enquanto viveu no continente africano e exigiu a remoção da estátua. Para evitar controvérsias e assegurar a segurança da estátua, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) do Ghana revelou que vai transferir a estátua para outro local. Os professores atacam o antigo líder indiano, alegando que “preferem preservar a sua dignidade do que se prostrarem diante dos desejos de uma superpotência euro-asiática emergente”. Para os académicos, a universidade deveria dar prioridade aos heróis e heroínas africanos. Os docentes argumentam ainda que Gandhi escreveu, durante o período em que viveu na África do Sul, que os indianos são “infinitamente superiores” aos africanos negros. O neto do próprio Gandhi diz que o seu avô na juventude foi ignorante e preconceituoso. Gandhi viveu na África do Sul de 1893 a 1914 e como advogado defendia apenas e só os indianos. Para ele os sul africanos negros não eram humanos. Eram chamados de Kaffir. Também em relação às mulheres e à sua sexualidade, Gandhi experimentava sentimentos de repulsa. “As suas visões sobre a sexualidade feminina eram similarmente deploráveis; segundo Rita Banerji, autora de Sex and Power, Gandhi achava que a menstruação era a manifestação da alma da mulher através da sexualidade.” Na India é acusado de perpetuar a situação dos dalitts, aquelas pessoas com que as outras castas não podem ter contacto. Se o pai da Nação discriminava essa casta é natural que ela permaneça até hoje confinada à mais baixa condição humana. Segundo dizem alguns indianos a figura de Mahtama Gandhi tem sido sistematicamente limpa de todos os detalhes sujos pelo ocidente 

 

 

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EMOÇÕES NO FEMININO

EDUCAÇÃO VERSUS PROGRESSO

Setembro é um mês muito agitado na nossa capital. Uma capital cheia de problemas, como sabemos. Muitos dos problemas resultam da nossa falta de preparação. Na verdade, a educação dos cidadãos é muito importante para o desenvolvimento de qualquer país. Pessoas impreparadas obstaculizam o desenvolvimento sem terem noção disso. Reagem emotivamente, pensam que estão a fazer o melhor pelas suas vidas, enquanto se atolam em doenças e complicações e aumentam as suas dificuldades de acesso aos bens e serviços. Como perceber que as pessoas de parcos recursos sejam roubadas por jovens que pululam pelos bairros?  Como entender que em qualquer recanto da periferia onde haja um terreno se coloquem blocos e chapas de zinco, a que uma imprensa chama logo de residências, quando as autoridades aparecem? Como perceber que nos hospitais as enfermeiras cobrem 15.000 kwanzas por uma transfusão de sangue, a pessoas sem recursos, deixando o doente a morrer por falta desse precioso líquido? Pessoas preparadas entendem as mensagens de prevenção. Pessoas reparadas não se expõem vendendo os seus produtos na rua, no meio do trânsito infernal da capital. Pessoas preparadas cuidam da higiene nas suas vidas. Muitos pensadores já se debruçaram sobre as questões relacionadas com a educação, nomeadamente das crianças. Sem nos darmos conta estamos a reproduzir comportamentos negativos que vão retardar o nosso desenvolvimento. O foco deve estar sobre os educadores, professores e pais. A criança só pode conhecer o dever através de seus pais e mestres. É preciso que estes sejam para ela a encarnação e a personificação do dever. Isto é, que a autoridade moral seja a qualidade fundamental do educador. A autoridade não é violenta, ela consiste em certa ascendência moral. Liberdade e autoridade não são termos excludentes, eles se implicam. A liberdade é filha da autoridade bem compreendida. Pois, ser livre não consiste em fazer aquilo que se tem vontade, e sim em se ser dono de si próprio, em saber agir segundo a razão e cumprir com o dever. E justamente a autoridade de mestre deve ser empregada em dotar a criança desse domínio sobre si mesma. Palavras de um dos pensadores muito influente nestas questões de educação (DURKHEIM, 1973:47). O tema educação é nos muito caro, e deve ser também para toda a gente. Sem esse conceito, não progredimos. Todos os dias nos queixamos, nos lugares públicos, no estacionamento, no trânsito, nada na vida se faz sem educação versus respeito. Não podemos perder de vista estes valores. A olho nu a nossa sociedade parece não ter regras. As noticias que nos chegam dão conta de muitas coisas vão mal. Assaltos, violência contra donos de restaurantes, muita prostituição que agora se chama game; muitos pedintes na rua; muitos roubos inclusive da autoria de jovens licenciados. Enfim temos noticias de tudo o que é mau, nas redes sociais sobretudo. No Jornal o Pais lemos o que uma leitora escreveu e que pode servir de exemplo para aquilo que corre mal. “No Lubango anda muita gente pelas ruas sem fazer nada, ficam nas praças e jardins a incomodar quem passa. Alguns nem são angolanos. Os jardins da Sé Catedral, nem dá gosto por ali ficar. Poderia ser, como se vê na televisão dos outros países, com esplanadas e animação, mas não, estão lá os que vendem relógios falsos e feitiços. Também no jardim ao lado da maternidade e no que fica perto do Governo é a mesma coisa. As montras no Lubango, não dá gosto olhar, são feias. E também não dá gosto andar pela cidade. Aos fins de semana é só ficar em casa porque aí, se andares são só dores no corpo de tantos buracos. Não temos passeios. É uma tristeza mito grande. Espero que os nossos dirigentes leiam o jornal para verem como o povo se sente, não está nada bom. Uma leitora do Lubango queixando-se do estado da cidade. Estas queixas podem generalizar-se a todas as cidades do país. E o que é que isto tem a ver com a educação e com o respeito, perguntam os ouvintes. Tem a ver sim. Tem a ver com aquilo que vemos e sentimos. Para muitos cidadãos o estado de degradação dos seus locais de habitação, não os afecta. Tal como estado das suas próprias casas. Basta entrar num apartamento no centro de Luanda, para ser ver que ali não há quaisquer condições de habitabilidade. As sanitas partidas as portas arrancadas, tudo desfeito, e no entanto, os seus habitantes ao saírem para a rua podem vir cheios de marcas nas suas roupas e sapatos. Esse deixa andar é tão pernicioso a nível pessoal como colectivo. Reflecte-se na cidade e muitas vezes não é visível na repartição porque há quem tenha bons hábitos e se ocupe da limpeza e arrumação. A leitora falava da falta de passeios. Isso é comum em Luanda e quando há, está cheio de sofás velhos onde se deitam os seguranças dos bancos. Como a leitora diz é preciso chamar a atenção das autoridades. Deve-se começar por algum lado. Nos adultos a coerção educa. Arrumar uma cidade é dizer aos cidadãos – agora está nas vossas mãos. Agora cuidem dela e quem estragar paga. Organizar e não impor disciplina é perder tempo e dinheiro.


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Apresentação do livro de MARIA CELESTINA FERNANDES


Mal cheguei a Luanda depois de umas merecidas férias, recebo uma chamada e um convite. Ainda tentei argumentar a minha falta de preparação para estas coisas, o meu estado de saúde, mas a minha amiga Celestina não me deu tempo. Nem que eu lhe dissesse que estava adoentada. É uma coisa simples, nada de discursos.
Se é simples para ela é complicado para mim. Mas aqui estou para vos falar da mais recente obra de Maria Celestina Fernandes. Uma escritora que desde os anos 80 se dedica à literatura infanto-juvenil, baseando-se na natureza, no conhecimento do processo de desenvolvimento da criança, e na realidade angolana, tem vindo a publicar várias obras. Maria Celestina é uma voz permanente, que nos convida a contar estórias às nossas crianças.
Hoje estamos aqui para conhecer o livro A DISPUTA ENTRE O VENTO E O SOL E OUTRAS HISTÓRIAS. Um livro com ilustrações de Filipe Goulão e que é dedicado às netas Josemary e Makiese e a todas as crianças com características especiais.
O livro tem quatro estórias e ao lê-las vêm-nos à memória outras estórias universais, que marcaram a nossa infância e que procurámos transmitir às crianças da nossa família. A grande vantagem destas estórias é que elas nos são próximas. E aqui lembrei-me do poema de Agostinho Neto, Na pele do tambor. Que história é essa da lebre e da tartaruga, que contas neste novo ritmo de fogueira à noite minha avozinha de pele negra de África?  Maria Celestina coloca hoje mais uma pedra nos alicerces da nossa vida enquanto educadores: um livro com estórias nossas. O pano de samacaca da Catonha, e  a formiga que nasceu sem cor, por exemplo, remetem-nos para um acessório que agora toma foros de moda, o turbante e para, a sempre presente necessidade de aprendermos a respeitar quem é diferente de nós.
Não é a primeira vez que o sol tem destaque numa estória de Celestina Fernandes. “Era uma vez um rapazinho que um dia desejou possuir o sol. Se alguma vez olharem para o céu, a hora do pôr do sol; se por acaso descobrirem qualquer coisa, lá em cima, que lembre um menino. Pois, não se esqueçam que esse menino pode bem ser um Hossi!...Extractos do conto "A Bola de Fogo" In: A Árvore do Gingongos, 1993,p.17.
No primeiro conto temos uma intenção maldosa do vento. Não sei de que é que os meninos que estão aqui, gostam mais do vento ou do sol?
Acho que o sol ganha sempre, sobretudo no nosso país, onde o sol é uma bênção que nos torna pessoas, alegres e que dão a volta por cima. A Catonha é uma menina alegre e o pano de samacaca que leva nos ombros dá-lhe essa sensação de segurança, por isso mesmo o invejoso do vento, quer arrancá-lo
Esta estória leva-nos a pensar nas coisas que devemos cultivar. Eu  por exemplo, se fosse estilista, insistiria numa bela colecção de panos, ensinando a pô-los aos ombros, na cabeça e à cintura. Não sei porque havemos de usar casacos e não um pano.
A segunda estória é em verso. E leva as crianças a considerarem as diferenças uma coisa normal. Formigas branca e vermelha – por onde passavam, todos admiravam o par, porque se tinham convencido, que o mundo é feito de contrastes. De diversas cores, formas e pensares, merecendo cada qual, igual respeito e aceitação.


A história que mais me fez pensar, foi a da União Arco Iris. Já fiz parte de um grupo de Carnaval do tipo arco-íris. Dentro da perspectiva de olhar para todos com o mesmo respeito um grupo de carnaval diferente, não conseguiu reunir em torno de si, todas as boas referências, que ele trazia. E como out sider, saiu da circulação. O grupo União Arco-Iris ganhou o Carnaval, e o presidente do Juri, era um macaquinho simpático, que teve que enfrentar a fúria dos outros grupos que também queriam ganhar. Só que o macaco fez tantas palhaçadas que vencedores e perdedores acabaram por soltar largas gargalhadas. No nosso país aprendemos a ganhar e a perder. É um exercício bem difícil e quem tem crianças sabe que aquelas que perdem as brincadeiras, amuam. Os educadores devem cuidar desde logo desta questão, para que em adultos não prejudiquem um grupo, ou uma sociedade por não saberem perder, como infelizmente acontece muito no nosso continente.
A última estória é muito séria leva-nos aos problemas das madrastas. Kimba fica sozinha, perdida e é ajudada, primeiro por uma cabrinha e depois por um pirilampo.
A autora reflecte os problemas da nossa sociedade, mas não faz imposições. As situações e as personagens surgem naturalmente, e a leitura faz-se de forma corrida, sem muitos entretantos.
A obra está à vossa disposição e disfrutem da leitura com as crianças mais pequenas, que vão interromper muitas vezes para verem as imagens, que são muito bonitas.
Maria Celestina os meus parabéns e desculpa se ainda fui mais simples do que aquilo que esperavas.











A INVEJA E AS MULHERES


A vida da mulher faz-se com muita luta. Desde muito pequena, a mulher aprende a lutar, mesmo quando todos a pensam dócil e submissa. Talvez esse silêncio perante as coisas aguce a sua forma de analisar as questões, acabando por se tornar invejosa. Diz-se normalmente que as mulheres são muito invejosas e isso reflecte-se mais nos seus locais de trabalho. É comum ouvir-se falar de fricções que surgem entre as mulheres, quando lidam umas com as outras. Fala-se de intriga, inveja, despeito. E a nossa “ideóloga” – Harriet Rubin diz que as mulheres sabotam as mulheres, nunca pensam nas mulheres como armas para a sua própria luta. Como amigas sim; como conselheiras sim. Mas numa luta, por norma as mulheres nunca esperam que as outras mulheres as ajudem., esperam que elas lhes roubem o homem, subvertam o elogio, ou pura e simplesmente destruam qualquer coisa de valioso.
Pode haver duas vagas de vice-presidência distribuídas às mulheres gerentes da minha empresa. Pensam que vou ajudar outra mulher que me poderia vencer e conseguir esse lugar? As mulheres lutam umas contra as outras ou cedem-se umas às outras para satisfazer o predador maior. Numa situação de mudança de jogo, entretanto as mulheres são armas poderosas para as outras mulheres. Muitas vezes elas apercebem-se que podem avançar mais promovendo a carreira da outra. Elogiando os êxitos da outra e no seu círculo de relações cada mulher através de repetidas referências da outra, adquire um estatuto cada vez mais elevado. Fonte geradora de conflitos, a inveja compromete seriamente os resultados de uma empresa. Grupos em desentendimentos e desavenças não avançam nem produzem bons resultados. Cabe ao gestor de pessoas, tanto quanto aos responsáveis pelos processos organizacionais, identificar imediatamente o problema, tratá-lo de forma clara, inclusive com auxílio psicológico e sanar as dificuldades, antes que tudo possa ficar perdido.
Harriet Rubin atribui às mulheres esse sentimento de inveja. Elas têm inveja umas das outras e dá alguns exemplos: Se vão mulheres num carro e a polícia manda parar…elas duvidam que sejam perdoadas, por qualquer infracção, era mais provável que um agente o fizesse… a mulher polícia procurará mostrar a sua autoridade sobre elas. É o mesmo num guichet público. A funcionária vai implicar mais se for uma mulher do que se for um homem. Sobre a sua cliente vão recair todas as suas frustrações de mulher mal paga ou mal-amada. É por isso que as noras e as sogras muitas vezes não se dão bem…há competição surda pela posse do filho ou do marido. As mulheres põem muitas dúvidas sobre o que as outras têm e o modo como o obtiveram. Todos os comportamentos das outras são reprováveis. Umas malucas, que não se dão ao respeito. E não se trata de educação ou instrução. O filósofo Aristóteles acreditava que a inveja era consequência da semelhança e da proximidade dos indivíduos. Ela está relacionada com a ambição e surge da comparação. Para Freud, a inveja é a origem da justiça que gera a necessidade de igualdade de tratamento. Acredita-se, também, que esse sentimento está relacionado com a ausência de condições básicas para a sobrevivência. A necessidade de status através dos bens e virtudes humanas são factores que geram inveja. Essa, pode ser uma das razões, para existir tanta inveja entre as mulheres, mas não explica todos os casos que se constatam na nossa vida.

A MICHELE OBAMA É GENERALISTA


Como os ouvintes sabem, andamos sempre à cata, se nos permitem este termo, de assuntos para nos emocionarmos. Quer dizer para trazermos para este espaço onde é suposto vivermos emoções no feminino. No jornal Mercado do dia 8 deste mês encontrámos uma foto de Michelle Obama a dizer que ela é generalista. Pensamos que a mulher do presidente dos Estados Unidos tem carisma e normalmente acompanhamos a sua actividade com atenção. Mas o artigo da revista HARVARD BUSINESS, nem sequer fala de Michele, serviu-se apernas da sua imagem para chamar a nossa atenção. Então a questão é que os generalistas vencem os especialistas nas ofertas de emprego. Numa pesquisa feita por professores de uma escola de Columbia, ficou claro os especialistas têm mais dificuldade em arranjar emprego e quando arranjam ganham menos. Excepção feita aos médicos cirurgiões, onde se requer que o especialista já tenha muita prática do mesmo tipo de operação. Há outras excepções naturalmente. As pessoas que têm capacidades diferentes, podem ser usadas em diversas situações e têm probabilidade de serem vistos como lideres. Em relação ao especialista ele corre o risco de encontrar no mercado muitas pessoas com o ser perfil. “A especialização acaba por se tornar uma mercadoria, dando aos profissionais menos poder de negociação por ser facilmente substituível. Alguém que tenha concretizado muitas coisas é melhor do que alguém que esteja sempre a fazer a mesma coisa. As pessoas que demonstraram talento em áreas diferentes parecem ter vantagens” O estudo não analisou a questão do género, mas na amostra dos pesquisadores as mulheres casadas recebiam bónus inferiores e tinham menos probabilidades de receber múltiplas ofertas de emprego do que os homens casados. Uma outra questão que foi relatada é a dos jogadores de basquetebol, algumas pesquisas mostraram que aqueles que se especializam no lançamento dos três pontos, faziam menos dinheiro do que os outros que também eram capazes de fazer outras coisas bem. Dizia-se que as equipas agora querem quem seja capaz de jogar em todas as posições, com capacidade para o fazer de diferentes maneiras. “Quando somos bons numa área tendemos a continuar a melhorar nessa mesma área. O artigo termina com uma advertência para que não deixe de contratar especialistas. O estudo é uma reflexão com considerações gerais para os gestores e que não pode ser aplicada” ipsis verbis”. Concordamos em parte com estas conclusões, apesar de sermos contra aquilo que muitos jovens fazem que é andar de experiência profissional em experiência, não parando em lado nenhum. Mas de especialistas todos nós precisamos, de um bom pedreiro, carpinteiro, electricista etc. Há profissões onde o acto repetitivo é fundamental.

A PROSTITUIÇÃO NÃO É UMA PROFISSÃO ANTIGA

A PROSTITUIÇÃO NÃO É UMA PROFISSÃO ANTIGA

Fica-se sempre chocado quando se lê algo sobre a prostituição. Fica-se revoltado quando se chama à prostituição profissão e acrescenta-se a mais antiga do mundo. Apesar de fortemente disseminada no senso comum, a ideia de que a prostituição seja a profissão mais antiga do mundo, não existe qualquer fundamento histórico ou antropológico que ateste essa teoria, já que os mais antigos registos de actividades humanas revelam as mais variadas especializações como agricultura e caça, mas raramente revelam indícios de prostituição, que normalmente exige um contexto social posterior. O Jornal o País trouxe uma reportagem do Lubango sobre a prostituição ali existente e preocupante a todos os níveis. Já em tempos fizemos referência ao mesmo flagelo aqui em Luanda, com mulheres angolanas e estrangeiras.  O título da reportagem é SEXO SOB O OLHAR DE NOSSA SENHORA - pois as jovens levam os seus clientes para a imediações da Igreja de Nossa Senhora do Monte. A policia acha que o negócio tem os seus tentáculos em pessoas influentes senão seria melhor combatido. Um estudo da socióloga Raida Neusa Gomes Nelson afirma que há quatro níveis de prostituição. Alto nível, familiar, alto risco e trabalho sexual. A de alto nível é praticada por mulheres da elite que trabalham e que seleccionam os seus clientes de elevado poder financeiro. Tê, um status social elevado, um bom emprego, mas querem mais. As prostitutas de família, são donas de casa, casadas ou vivendo maritalmente e que por questões económicas se sujeitam algumas delas com o conhecimento e consentimento do cônjuge. As de alto risco são as jovens e adolescentes que estão nas ruas e muitas vezes são maltratadas. E finalmente as trabalhadoras sexuais que atendem os seus clientes em casas próprias. Assumem publicamente o seu oficio. Diz a especialista que muitas destas mulheres são conhecidas tal como os seus clientes. Este é um problema social, muito difícil de resolver. Pensamos que nenhuma sociedade conseguiu bani-lo totalmente. Há quem o legalize como profissão como acontece com a Alemanha, ou quem de alguma forma proteja as mulheres que se dedicam a essa actividade, com informações e aconselhamento médico. Das cortesãs às mulheres de má vida a história da humanidade tem sido sempre confrontada com a existência de mulheres que usam as relações sexuais para obter favores materiais. Modernamente a prostituição atingiu as crianças e a internet entrou no circuito. A ONU, em 1949, denunciou e tentou tomar medidas para o controle da prostituição no mundo. Desde o início do século XX, os países ocidentais tomaram medidas visando  retirar a prostituição da actividade criminosa onde se tinha inserido no século anterior, quando a exploração sexual passou a ser executada por grandes grupos do crime organizado; portanto, havia a necessidade de desvincular prostituição propriamente dita de crime, de forma a minimizar e diminuir o lucro dos criminosos. Dessa forma as prostitutas passaram a ser somente perseguidas pelos órgãos de repressão se incitassem ou fomentassem a actividade publicamente. Verifica-se que na prática houve e há situações de tolerância ou de impotência por parte das autoridades já que, como todos os flagelos sociais, a principal causa é a pobreza a exclusão e para as mulheres de alto nível a falta de respeito por si próprias, o que no fundo acaba por ser uma carência, a pior de todas.


CRÓNICA

CRÓNICA PEQUENINA
Luanda 1992

Marquei dez minutos no meu tempo, para escrever sobre o tema final
Será também o tema finaI do meu primeiro período de trabalho … depois
vou para outros temas, que não são escritos …não ficam escritos
em parte alguma … ponho avental e tenho poucos minutos para fazer o
que falta …. mas os meus dez minutos de hoje, desta manhã de dezembro, são para escrever para uma coisa que só vou ler à noite
Será que o homem das sandálias de couro …chega de madrugada, mancando o
quarto com perfume? A que horas chegará ele?
E fico a pensar como é que umas sandálias de couro podem inspirara tão belo poema? Falo do poema da Paula Tavares
E paro para pensar…  os minutos passam… e eu penso se poderia sem
nunca ter visto o homem das sandálias de couro, fazer-lhe algum "poema…
E penso se existem os homens e as coisas que são faladas nos poemas…
ou se os poetas inventam… Mas sandálias são sandálias e laranjas são
laranjas …são coisas que existem. E poemas não são palavras arrumadas
mas são a expressão de sentimentos de inspiração, de apreensão das coisas
que os outros não sentem…
Desisto! Em dez minutos não-posso escrever sobre poemas e poetas, tanta sensibilidade, porque esqueço e me perco a ver as pessoas e as coisas no sentido prático da vida, e a cozinha está à minha espera e o meu amado que não usa sandálias, divide as horas,  o salário  as arrelias e os prazeres comigo, também. Vou deixar para logo talvez de madrugada eu possa dizer mais coisas sobre uma mulher que escreve sobre pessoas e as coisas para elas ficarem bonitas, destacadas e belas
“o meu amado, chega e enquanto despe as sandálias de couro
marca, de perfume as fronteiras do meu quarto
Solta a mão p’ra criar barcos sem rumo no meu corpo
Planta árvores de seiva folhas. Dorme um pouco sobre
o cansaço embalado pela leveza da esperança.
Divide comigo as laranjas… e os intervalos da vida
Então parte.  Deixa, perdidas as belas sandálias de couro.   

AS CANÇÕES DA MINHA VIDA




Ouvimos canções e gostamos pela melodia, pela voz, mas muitas vezes, não sabemos o significado das palavras

Muitas pessoas escolhem para abrir o salão no dia do casamento um tema de que gostam não se importando com o coteúdo. Recordo-me dos tempso do PEÇA QUE NÓS TRANSMITIMOS, quando filhos cheios de ternura dedicavam às suas mães o Mama de Azenavour. Uma canção linda na verdade, mas muito triste.


 

 

LA MAMA

CHARLES AZNAVOUR

 

Vieram
Eles estão todos aqui
Logo que ouviram este grito
Ela vai morrer, a mama
Vieram
Eles estão todos aqui
Mesmo aqueles do sul da Itália
Há ainda Giorgio, o filho amaldiçoado
Com os braços cheios de presentes
Todas as crianças brincam em silêncio
Ao redor da cama (no quadrado)
Mas os seus jogos não importam

São apenas os seus presentes à Mamã

Aquecemo-nos com os nossos beijos
Aconchegamos o travesseiro
Ela vai morrer, a mamã
Santa Maria cheia de graça
Cuja estátua está em praça
A estender os braços
cantando Avé Maria
E há tanto amor, tantas memórias

à tua volta mamã
E há tantas  lágrimas e sorrisos

À tua volta mamã

E todos os homens sentiram tanto calor

pelos  caminhos do sol brilhante
Ela vai morrer, a mama
Que eles bebam vinho novo, fresco
O bom vinho de uma boa vinha
Enquanto se misturam atabalhoadamente
Sobre os bancos, lenços e chapéus
É estranho mas não estão tristes
Perto da grande cama da afeição
Há mesmo um tio violonista
Que toca  com cuidado
Para a mamã
E as mulheres vão se recordando
das canções tristes das vigílias
Ela vai morrer, a mama
Lentamente, os olhos fechados
como embalando uma criança
Após um   dia bom

para que ela adormeça a sorrir
Ave Maria
E há  tanto amor, memórias
Em torno de ti,  mamã
E há tantas lágrimas e sorrisos
Através de ti, mamma
Que nunca, nunca, nunca

 nos deixará

 

AS CANÇÕES DA MINHA VIDA

What a wonderful world

Louis Amstrong

 

 

 

Que Mundo Maravilhoso

Eu vejo as árvores verdes, rosas vermelhas também
Eu  vejo-as florescer para mim e para ti
E eu penso para comigo comigo... que mundo maravilhoso!

Eu vejo o céu tão azul e as nuvens tão brancas
O brilho abençoado do dia, e a escuridão sagrada da noite
E eu penso para comigo... que mundo maravilhoso!

As cores do arco-íris, tão bonitas no céu
Estão também nos rostos das pessoas que vão passando
Vejo amigos apertando as mãos, dizendo: "como  vais?"
Eles realmente dizem: "eu amo-te!"

Eu ouço bebés chorando, eu  vejo-os crescer
Eles aprenderão muito mais do que eu jamais saberei
E eu penso para comigo... que mundo maravilhoso!

Sim, eu penso para comigo... que mundo maravilhoso!

 

 

FEIRA DE GARAGEM

VENDA DE GARAGEM E AS NOSSAS EMOÇÕES

Vamos viver as emoções no feminino depois de termos estado a conviver com as pessoas que vieram expor e vender em mais uma feira da LAC. os ouvintes lembram-se das feiras que produzimos nos idos anos de 90, e que eram animadíssimas. Altura em que poucas lojas se mantinham abertas e com produtos apetecidos. Os luandenses estavam quase a habituar-se a procurar nas lojas aquilo de que necessitam, deixando de comprar aos colegas nos seus próprios locais de trabalho. Na verdade estamos quase a voltar a esse tempo e então as feiras são uma montra para quem tem coisas a mais já usadas ou completamente novas. Na verdade a nossa ideia é seguir a tendência mundial das chamadas feiras de Garagem. O conceito de venda de garagem nasceu nos Estados Unidos da América e rapidamente se estendeu a outros países. Basicamente, uma venda de garagem consiste em colocar à venda objectos que tenhamos em casa e os quais já não usamos a preços simbólicos. A venda é normalmente feita numa garagem ou no quintal e muitas vezes é promovida por um grupo de pessoas que se conhece. Trata-se de um conceito que tem duas mais-valias imediatas: ganhamos algum dinheiro e livramo-nos de alguma "tralha" que acumulamos em casa.

No Brasil chama-se  brechó  e pode ser  uma loja de artigos usados, principalmente roupas, calçado, louças, objectos de arte, bijutarias e objectos de uso doméstico. Geralmente atraem um público mais alternativo, artistas em geral e pessoas de baixa renda e/ou desempregados, bem como aqueles à procura de artigos originais e únicos. Muitos brechós têm finalidade beneficente.

Origem No século XIX um homem chamado Belchior ficou conhecido por vender roupas e objectos de segunda mão no Rio de Janeiro. Com o tempo o nome  transformou-se por corruptela em "Brechó". Os luandenses têm uma certa relutância e aderir a este tipo de venda e principalmente de compra. Diz-se que os angolanos só gostam de coisas caras e grandes marcas e por isso devem achar pouco elegante comprar uma coisa usada.

FAZER NOVO A PARTIR DO VELHO

Hoje estamos a falar de vendas e compras. Há agora o conceito de consumo consciente

Estas duas palavrinhas nunca estiveram tão na moda, e nunca foram tão importantes quanto agora escreve na internet Viviane_Bevilacqua.  Não dá mais para desperdiçar dinheiro, nem continuar entupindo o mundo de lixo, especialmente descartando coisas que ainda poderiam ser reaproveitadas por outras pessoas. Fico feliz quando vejo na internet o crescimento do número de vendas de garagem, que juntam quem quer vender alguma coisa com possíveis compradores, assim, de forma directa, sem intermediários. Em alguns países isso já acontece faz tempo. Nos Estados Unidos, por exemplo, as pessoas colocam no pátio ou na calçada para venda (ou doação) tudo aquilo que já não tem mais serventia, e é um sucesso.

O que temos visto cada vez com mais frequência também, especialmente nas redes sociais, são pessoas dispostas a fazerem trocas de produtos que não usam mais por outros que necessitam. São iniciativas simples e eficientes, e por isso mesmo geniais, que merecem ser copiadas, especialmente em épocas de crise, como agora. Dias atrás vi um post de um grupo de meninas (todas de famílias ricas) expondo na web roupas e acessórios que não usam mais, e vendendo por preços bem acessíveis. Depois, vi que uma ex-colega do jornal também fez o mesmo, e outras, outras e outras. Há também aqueles que preferem fazer feirinhas nos finais de semana, em algum local público ou no pátio de uma casa, levando tudo o que não tem mais serventia (em bom estado, claro), para trocar ou vender por outras mercadorias. Esta é a ideia da Feira da Lac, uma feira de garagem. Ver  meninas ricas a venderem peças de roupas assim, publicamente, sem complexos. Antes seria um sinal de pobreza hoje  é sinal de que se dá importância ao dinheiro e, mais do que tudo, demonstram ter consciência ambiental. Sabem que é importante diminuir a quantidade de resíduos e que o reaproveitamento de materiais é uma forma de ajudar a natureza. O chique, hoje, é não desperdiçar nada. As Vendas de Garagem deixaram de ser meras vendas para angariar dinheiro, e passaram a ser dias de puro convívio e alegria

E voltamos à venda de garagem que é o que a LAC, pretende implementar  e que é Basicamente, uma venda de garagem consiste em colocar à venda objecto que tenhamos em casa e os quais já não usamos a preços simbólicos. A venda é normalmente feita numa garagem ou no quintal e muitas vezes é promovida por um grupo de pessoas que se conhece. Trata-se de um conceito que tem duas mais-valias imediatas: ganhamos algum dinheiro e livramo-nos de alguma "tralha" que acumulamos em casa.

Os filhos crescem, os interesses mudam e os produtos se acumulam em casa... Muitos produtos sem uso são doados, mas sempre fica aquele item que pode ser

comercializado. A prova disso são os milhares de grupos de venda nas redes sociais,

assim como sites que oferecem todo tipo de desapegos para vender.

Eventos como este são muito comuns em diversas partes do mundo

A ideia deste evento é para a venda de desapegos como roupas, acessórios, livros,

revistas, brinquedos... Enfim, produtos que as pessoas têm em casa sem uso, mas em

bom estado com preços bem baixos!

Prolongar o ciclo de vida de um produto é a ideia principal. Tentar encontrar objectos antigos dentro de casas privadas é o objectivo.

 

 

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