EMOÇÕES NO FEMININO

No programa EMOÇÕES NO FEMININO de quinta-feira, falei do tempo e não só. Como o tempo passa é uma expressão que se ouve diariamente. Antes parece que o “mundo vivia a passo, sem pressa”, como escreveu Luis fernando na introdução da entrevista à Luena. A Luena Amaro que em criança andou pelos palcos da RNA cantando, nos espectáculos Piô,   e que agora foi entrevistada, porque ficou em segundo lugar num concurso internacional de pesca.  “As décadas voaram, como não sucedia na primeira metade do seculo XX e o  progresso civilizacional parecia pedir licença para marinar, o mundo vivia a passo, sem pressa”, escreveu Luis Fernando. A Luena deu uma grande entrevista ao Jornal o País. Também nós reagimos à chamada de atenção de que uma vice-campeã angolana, é notícia. Rui Sancho que percebe dessas coisas diz que é do mar que vão chegar as medalhas de ouro e os campeões mundiais, mesmo que ninguém lhes preste grande atenção, o que não é o caso da Luena claro está. Dois marlins azuis e dois veleiros perfazendo um total de 1400 pontos – é obra e confirma que as mulheres não se medem aos palmos. Parabéns públicos porque pelo canal que divulgou o feito já tinhas sido felicitada, por mim em privado.  Mas começámos a falar do tempo que corre veloz nestes dias que passam. Voltando àqueles em que o mundo vivia sem pressa vamos lembrar os sonhos que todos tínhamos e que costumam ser resumidos, na frase não foi isso que nós combinámos”. Júlio de Almeida, a voz do ponto da situação politico militar na RNA, deu muitas entrevistas a propósito do lançamento em Portugal do seu livro VAICONDEUS SARL.  E na entrevista ao Expansão, falou da sociedade que se queria construir após a independência, com uma economia centralizada e onde quando se era nomeado para qualquer cargo se lia na última linha – e em especial as camadas mais desfavorecidas. Quase todos levavam a sério e isso significava que se pretendia construir uma sociedade em que as diferenças de classe não fossem abismais, mas ir trabalhando no sentido de fazer uma distribuição de rendimento nacional o mais equitativa possível. Mas nos últimos 25 anos trabalhou-se arduamente no sentido contrário, portanto a diferença de modelos entre o que se sonhava e o que foi feito, não significa uma diferença entre o sonho e a realidade, mas entre personalidades, que até podem ser as mesmas, biologicamente falando, mas completamente diferentes socialmente falando. E eu concluo, foi a falar nas camadas mais desfavorecidas que educámos os nossos filhos. Foi assim que a Luena e o Ondjaki cresceram. Com essa ideia do colectivo que se perdeu com os estados falhados do leste europeu. E o que combinámos com eles continua válido nas nossas famílias, onde o trabalho dignifica o homem e onde muitas vezes o presente lhes prega armadilhas, impedindo a realização de um projecto. Mas, nada que quebre as alegrias de uma vitória, de um ganho ou de um sucesso.


Luisa Fançony
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