CAMPEONATO FEMININO DE FUTEBOL

Emoções no feminino. Emoções que passaram pelo futebol acompanhando a nossa selecção que jogou pouco. Com aqueles jogadores que actuam em Portugal esperava-se um pouco mais, mas faltou acertar na baliza adversária e ser menos frágeis e medrosos, com as devidas excepções. Mas há muito mais futebol para ver. A COPA AMÉRICA e o Campeonato Mundial de Futebol Feminino. Um campeonato mundial sem o destaque e a pompa do masculino, mas com jogadoras belíssimas, com um comportamento disciplinar exemplar, distinto dos homens que estão sempre a reclamar com o árbitro. Quando é que o mundial feminino vai ter a mesma projecção que o masculino? Para além de jogarem bem, as jogadoras de futebol deixaram de ter aquele ar másculo e passaram a ser simplesmente jovens que gostam e sabem jogar futebol, bonitas ou feias. Se falarmos de beleza bem podemos citar a ausência dela nos jogadores de futebol, com algumas excepções. O Mundial feminino reúne atualmente 24 selecções a cada quatro anos, e surgiu como ideia dos delegados da FIFA durante o Mundial de 1986, no México. Os Mundiais femininos de 1999 e 2003 foram realizados nos Estados Unidos.O sucesso da seleção americana é resultado do desenvolvimento do desporto nas escolas e universidades e o domínio da equipa norte-americana, deve-se à forma sustentável e sólido, geração a geração, com que se organiza este desporto e diz-se, também motivado pela passagem de Pelé pelo futebol norte-americano nos anos 1970. O futebol feminino vive um momento de especial crescimento no interesse do público e das marcas, lê-se no Blog DIBRADORAS. Nas vésperas do Campeonato do Mundo de Futebol Feminino em França, que termina no dia 7 as marcas, Nike e Adidas aderiram e no que toca a transmissões televisivas,  pela primeira vez a Globo apresentou as partidas em sinal aberto. Na visão da jornalista Renata Mendonça, uma das fundadoras do blog Dibradoras, que traz uma perspectiva feminina do universo das chuteiras, o cenário favorável às mulheres no futebol é resultado de um movimento que partiu não apenas do bom desempenho das jogadoras, mas também do interesse da audiência feminina que foi abraçado pelas marcas. O futebol de senhoras ainda não gera o mesmo interesse que o dos cavalheiros a nível de espetadores ou patrocinadores. E as jogadoras sabem isso: sentem-no na pele a cada jogo... e na conta bancária a cada mês. Mas essa é uma realidade que talvez não venha a verificar-se durante muito mais tempo - pelo menos, não com as discrepâncias que ainda se sentem atualmente. A discussão é antiga e as reivindicações também. Mas nunca se fizeram sentir com tanta intensidade como agora. Começou logo com a ausência (mais do que anunciada) de Ada Hegerberg, a primeira Bola de Ouro feminina da história e que desde 2017 recusa actuar pela seleção da Noruega, em protesto contra o que considera serem as desigualdades de tratamento da federação do país nórdico para com as jogadoras da seleção feminina em relação aos atletas masculinos. E não apenas nos prémios, mas também nas condições de treino e no reconhecimento para as ligas masculina e feminina. Antes do início da prova tornou-se viral um vídeo da seleção feminina alemã com uma mensagem contundente. “Jogamos por um país que não sabe sequer o nosso nome”, referem as jogadoras, fazendo questão de lembrar que já foram campeãs da Europa por oito vezes, tendo recebido como prémio na primeira vitória... um serviço de chá. “Nunca lutámos só contra as adversárias, mas também contra o preconceito. Não temos bolas, mas sabemos usá-las”, disparam, terminando de forma ainda mais directa: “Não se preocupem, não têm de saber quem nós somos. Só têm de saber o que queremos: jogar o nosso jogo”. Havia, obviamente, uma razão para tal. Marta uma das melhores jogadoras do mundo, declinou os patrocínios de todas as grandes marcas desportivas por uma razão muito “simples”: nenhuma lhe pagava o mesmo que paga a um futebolista masculino de topo. Nas botas, apenas um pequeno símbolo azul e rosa, referente a uma campanha pela igualdade de género, a “Go Equal”, que rapidamente se difundiu nas redes sociais. Esta campanha surgiu quase em simultâneo com um artigo da revista France Football onde era revelado que Neymar, estrela da seleção masculina do Brasil e a mais cara transferência do futebol mundial (222 milhões de euros ao trocar o Barcelona pelo PSG, em 2017) mas que nunca foi eleito melhor do mundo -, ganha 269 vezes mais do que Marta: qualquer coisa como 90,4 milhões de euros anuais... contra 34 mil. Ada Hegerberg, que actua nos franceses do Lyon - e que desde maio dá a cara pela campanha “#TimeForChange”, da UEFA (um plano de cinco anos, entre 2019 e 2024, em que promete apoiar, guiar e elevar o futebol feminino e a posição das jogadoras na Europa), ganhará cerca de 40 mil euros por época. As nossas emoções hoje voltaram-se para a descriminação que existe a nível mundial, em relação futebol feminino. Andámos à procura de opiniões sobre o assunto e encontrámos um blog, do qual retirámos algumas ideias. (Dibradoras de  Roberta Nina e Renata Mendonça)

Luisa Fançony
Directora Geral
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