A INVEJA E AS MULHERES


A vida da mulher faz-se com muita luta. Desde muito pequena, a mulher aprende a lutar, mesmo quando todos a pensam dócil e submissa. Talvez esse silêncio perante as coisas aguce a sua forma de analisar as questões, acabando por se tornar invejosa. Diz-se normalmente que as mulheres são muito invejosas e isso reflecte-se mais nos seus locais de trabalho. É comum ouvir-se falar de fricções que surgem entre as mulheres, quando lidam umas com as outras. Fala-se de intriga, inveja, despeito. E a nossa “ideóloga” – Harriet Rubin diz que as mulheres sabotam as mulheres, nunca pensam nas mulheres como armas para a sua própria luta. Como amigas sim; como conselheiras sim. Mas numa luta, por norma as mulheres nunca esperam que as outras mulheres as ajudem., esperam que elas lhes roubem o homem, subvertam o elogio, ou pura e simplesmente destruam qualquer coisa de valioso.
Pode haver duas vagas de vice-presidência distribuídas às mulheres gerentes da minha empresa. Pensam que vou ajudar outra mulher que me poderia vencer e conseguir esse lugar? As mulheres lutam umas contra as outras ou cedem-se umas às outras para satisfazer o predador maior. Numa situação de mudança de jogo, entretanto as mulheres são armas poderosas para as outras mulheres. Muitas vezes elas apercebem-se que podem avançar mais promovendo a carreira da outra. Elogiando os êxitos da outra e no seu círculo de relações cada mulher através de repetidas referências da outra, adquire um estatuto cada vez mais elevado. Fonte geradora de conflitos, a inveja compromete seriamente os resultados de uma empresa. Grupos em desentendimentos e desavenças não avançam nem produzem bons resultados. Cabe ao gestor de pessoas, tanto quanto aos responsáveis pelos processos organizacionais, identificar imediatamente o problema, tratá-lo de forma clara, inclusive com auxílio psicológico e sanar as dificuldades, antes que tudo possa ficar perdido.
Harriet Rubin atribui às mulheres esse sentimento de inveja. Elas têm inveja umas das outras e dá alguns exemplos: Se vão mulheres num carro e a polícia manda parar…elas duvidam que sejam perdoadas, por qualquer infracção, era mais provável que um agente o fizesse… a mulher polícia procurará mostrar a sua autoridade sobre elas. É o mesmo num guichet público. A funcionária vai implicar mais se for uma mulher do que se for um homem. Sobre a sua cliente vão recair todas as suas frustrações de mulher mal paga ou mal-amada. É por isso que as noras e as sogras muitas vezes não se dão bem…há competição surda pela posse do filho ou do marido. As mulheres põem muitas dúvidas sobre o que as outras têm e o modo como o obtiveram. Todos os comportamentos das outras são reprováveis. Umas malucas, que não se dão ao respeito. E não se trata de educação ou instrução. O filósofo Aristóteles acreditava que a inveja era consequência da semelhança e da proximidade dos indivíduos. Ela está relacionada com a ambição e surge da comparação. Para Freud, a inveja é a origem da justiça que gera a necessidade de igualdade de tratamento. Acredita-se, também, que esse sentimento está relacionado com a ausência de condições básicas para a sobrevivência. A necessidade de status através dos bens e virtudes humanas são factores que geram inveja. Essa, pode ser uma das razões, para existir tanta inveja entre as mulheres, mas não explica todos os casos que se constatam na nossa vida.

A MICHELE OBAMA É GENERALISTA


Como os ouvintes sabem, andamos sempre à cata, se nos permitem este termo, de assuntos para nos emocionarmos. Quer dizer para trazermos para este espaço onde é suposto vivermos emoções no feminino. No jornal Mercado do dia 8 deste mês encontrámos uma foto de Michelle Obama a dizer que ela é generalista. Pensamos que a mulher do presidente dos Estados Unidos tem carisma e normalmente acompanhamos a sua actividade com atenção. Mas o artigo da revista HARVARD BUSINESS, nem sequer fala de Michele, serviu-se apernas da sua imagem para chamar a nossa atenção. Então a questão é que os generalistas vencem os especialistas nas ofertas de emprego. Numa pesquisa feita por professores de uma escola de Columbia, ficou claro os especialistas têm mais dificuldade em arranjar emprego e quando arranjam ganham menos. Excepção feita aos médicos cirurgiões, onde se requer que o especialista já tenha muita prática do mesmo tipo de operação. Há outras excepções naturalmente. As pessoas que têm capacidades diferentes, podem ser usadas em diversas situações e têm probabilidade de serem vistos como lideres. Em relação ao especialista ele corre o risco de encontrar no mercado muitas pessoas com o ser perfil. “A especialização acaba por se tornar uma mercadoria, dando aos profissionais menos poder de negociação por ser facilmente substituível. Alguém que tenha concretizado muitas coisas é melhor do que alguém que esteja sempre a fazer a mesma coisa. As pessoas que demonstraram talento em áreas diferentes parecem ter vantagens” O estudo não analisou a questão do género, mas na amostra dos pesquisadores as mulheres casadas recebiam bónus inferiores e tinham menos probabilidades de receber múltiplas ofertas de emprego do que os homens casados. Uma outra questão que foi relatada é a dos jogadores de basquetebol, algumas pesquisas mostraram que aqueles que se especializam no lançamento dos três pontos, faziam menos dinheiro do que os outros que também eram capazes de fazer outras coisas bem. Dizia-se que as equipas agora querem quem seja capaz de jogar em todas as posições, com capacidade para o fazer de diferentes maneiras. “Quando somos bons numa área tendemos a continuar a melhorar nessa mesma área. O artigo termina com uma advertência para que não deixe de contratar especialistas. O estudo é uma reflexão com considerações gerais para os gestores e que não pode ser aplicada” ipsis verbis”. Concordamos em parte com estas conclusões, apesar de sermos contra aquilo que muitos jovens fazem que é andar de experiência profissional em experiência, não parando em lado nenhum. Mas de especialistas todos nós precisamos, de um bom pedreiro, carpinteiro, electricista etc. Há profissões onde o acto repetitivo é fundamental.

A PROSTITUIÇÃO NÃO É UMA PROFISSÃO ANTIGA

A PROSTITUIÇÃO NÃO É UMA PROFISSÃO ANTIGA

Fica-se sempre chocado quando se lê algo sobre a prostituição. Fica-se revoltado quando se chama à prostituição profissão e acrescenta-se a mais antiga do mundo. Apesar de fortemente disseminada no senso comum, a ideia de que a prostituição seja a profissão mais antiga do mundo, não existe qualquer fundamento histórico ou antropológico que ateste essa teoria, já que os mais antigos registos de actividades humanas revelam as mais variadas especializações como agricultura e caça, mas raramente revelam indícios de prostituição, que normalmente exige um contexto social posterior. O Jornal o País trouxe uma reportagem do Lubango sobre a prostituição ali existente e preocupante a todos os níveis. Já em tempos fizemos referência ao mesmo flagelo aqui em Luanda, com mulheres angolanas e estrangeiras.  O título da reportagem é SEXO SOB O OLHAR DE NOSSA SENHORA - pois as jovens levam os seus clientes para a imediações da Igreja de Nossa Senhora do Monte. A policia acha que o negócio tem os seus tentáculos em pessoas influentes senão seria melhor combatido. Um estudo da socióloga Raida Neusa Gomes Nelson afirma que há quatro níveis de prostituição. Alto nível, familiar, alto risco e trabalho sexual. A de alto nível é praticada por mulheres da elite que trabalham e que seleccionam os seus clientes de elevado poder financeiro. Tê, um status social elevado, um bom emprego, mas querem mais. As prostitutas de família, são donas de casa, casadas ou vivendo maritalmente e que por questões económicas se sujeitam algumas delas com o conhecimento e consentimento do cônjuge. As de alto risco são as jovens e adolescentes que estão nas ruas e muitas vezes são maltratadas. E finalmente as trabalhadoras sexuais que atendem os seus clientes em casas próprias. Assumem publicamente o seu oficio. Diz a especialista que muitas destas mulheres são conhecidas tal como os seus clientes. Este é um problema social, muito difícil de resolver. Pensamos que nenhuma sociedade conseguiu bani-lo totalmente. Há quem o legalize como profissão como acontece com a Alemanha, ou quem de alguma forma proteja as mulheres que se dedicam a essa actividade, com informações e aconselhamento médico. Das cortesãs às mulheres de má vida a história da humanidade tem sido sempre confrontada com a existência de mulheres que usam as relações sexuais para obter favores materiais. Modernamente a prostituição atingiu as crianças e a internet entrou no circuito. A ONU, em 1949, denunciou e tentou tomar medidas para o controle da prostituição no mundo. Desde o início do século XX, os países ocidentais tomaram medidas visando  retirar a prostituição da actividade criminosa onde se tinha inserido no século anterior, quando a exploração sexual passou a ser executada por grandes grupos do crime organizado; portanto, havia a necessidade de desvincular prostituição propriamente dita de crime, de forma a minimizar e diminuir o lucro dos criminosos. Dessa forma as prostitutas passaram a ser somente perseguidas pelos órgãos de repressão se incitassem ou fomentassem a actividade publicamente. Verifica-se que na prática houve e há situações de tolerância ou de impotência por parte das autoridades já que, como todos os flagelos sociais, a principal causa é a pobreza a exclusão e para as mulheres de alto nível a falta de respeito por si próprias, o que no fundo acaba por ser uma carência, a pior de todas.


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