COMO A DEMOCRACIA CHEGA AO FIM

 

Na sequência da eleição do presidente do Brasil abrem-se muitas discussões sobre a democracia, a extrema direita, extrema esquerda. O professor de política da Universidade de Cambridge David Runciman diz que a extrema-direita de hoje não pode ser comparada com o que se passou tempos atrás. Ele não acredita que estejamos prestes a ver uma repetição do fascismo no Brasil. As nossas sociedades são mito diferentes das que existiam há cem anos atrás. Somos mais maduros e mais conectados. As nossas instituições estão a ser testadas de outra maneira e temos recursos diferentes para reagir. Ele acha que corremos o perigo de acreditar no falso alarme de que a extrema-direita pode repetir os mesmos erros dos anos 1930. Isso não vai acontecer. Devemos temer a crescente intolerância e o esfacelamento das nossas políticas, mas não devemos enganar-nos acreditando que já vimos isso acontecer. Nada  na política dura para sempre. Pensar no fim da democracia é estar aberto, porque por definição o futuro é mias aberto que o passado. Um erro que cometemos é definir a democracia com parâmetros do passado. Estamos presos a instituições ultrapassadas e não sabemos como alterá-las. Tratar a democracia como algo intocável é uma das causas do seu enfraquecimento. Usamos métodos antigos para encontrar novas opções. Isso significa que escolhemos políticos que usam os mesmos métodos, mas se apresentam como novos. O professor diz que isso ocorreu com Brexit e com Trump. Os eleitores procuram novas alternativas respaldando-se em fundamentos antigos o que leva a uma grande frustração e se pode tornar um círculo vicioso. Temos de salvar a democracia, ser mais criativos, mais imaginativos e não pensar que a próxima eleição vai resolver os nossos problemas. Professor David Runciman e as suas opiniões expostas no livro COMO A DEMOCRACIA CHEGA AO FIM.  E nós que exercitamos a democracia há tão pouco tempo e que transplantamos para aqui o pacote completo de eleições livres, com partidos políticos, imprensa livre, programa de políticas nacionais escolhas entre a direita e a esquerda.

O tema democracia é naturalmente aliciante, numa época em que se diz que os países estão a virar à direita. Infelizmente os partidos de esquerda, com teorias fantásticas tiveram uma actuação ligada à prepotência, à corrupção o que, por exemplo no Brasil, levou a que o candidatado do PT “purgasse nas urnas os erros políticos, económicos e de moralidade cometidos por companheiros de jornada.” Democracia tem muito a ver com o social que é foco desta conversa às quintas. Mas a democracia pode chegar ao fim se não conseguirmos mudá-la. Desde o fim da Segunda Guerra, o triunfo da democracia parecia incontornável. Hoje, contudo, ela vê-se ameaçada, mesmo nos países onde é mais estável. Como chegamos a essa situação? David Runciman argumenta que estamos presos ao passado. Ao nos concentrarmos no fascismo e nos golpes de Estado como as principais ameaças, miramos os alvos errados. As nossas sociedades são complexas demais para colapsar da mesma maneira. Precisamos de novos modos de pensar o impensável — uma visão do século XXI sobre o fim da democracia, e se a sua derrocada nos permitirá avançar em direção a um modelo melhor. Livro provocador, faz as perguntas fundamentais para a compreensão de nossa vida política contemporânea.

 

 

Luisa Fançony

Directora Geral

luisa.fancony@lacluanda.co.ao
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