Andar de bicicleta fez mais pela emancipação da mulher do que qualquer outra coisa no mundo”, dizia a feminista americana Susan Anthony, no final do século XIX.
Caros leitores com as facilidades actuais, não custa encontrar temas interessantes relacionados com a emancipação da mulher. Então não é que a bicicleta contribuiu para tornar a mulher mais livre e dona do seu nariz? Tudo isso aconteceu nos finais do século XIX e as americanas de francesas foram as pioneiras no uso da bicicleta, apesar de um médico francês afirmar que a fricção com as partes íntimas poderia tornar a mulher estéril. A mulher ao pegar numa bicicleta decidia onde ir e com quem, sem precisar de dar satisfações a ninguém. Passaram a circular pelo espaço público, ainda com grandes saias e espartilhos. O uso da bicicleta contribuiu para a mudança do vestuário feminino que se tornou mais leve, mais confortável facilitando a circulação de bicicleta. A bicicleta teve o condão de propiciar a reforma do vestuário feminino, mudando também as atitudes sociais em relação à roupa feminina. Maria Pognon, presidente da Liga Francesa de Direitos da Mulher, afirmava que a bicicleta era “igualitária e niveladora”, ajudando a “libertar o nosso sexo”. A palavra liberdade é a que melhor se ajusta à bicicleta. A bicicleta trouxe às mulheres liberdade de movimento e de deslocação, directa e indirectamente, deixando um legado que se estende aos dias de hoje. Ao abordar a questão da mulher e da bicicleta deparámo-nos com muita informação o assunto. Soubemos então que a iraniana Ishbel Taromsari está ou esteve na estrada há dois anos com a sua bicicleta. Se no passado a aventura era uma jornada pessoal, desde setembro de 2016 a volta ao mundo ganhou um novo caráter: no dia 10 daquele mês, Ali Khamenei, líder supremo do Irão, emitiu uma ordem que proibia as mulheres de andar de bicicleta em público. Por isso algumas mulheres foram obrigadas a assinar um documento em que prometiam nunca mais andar de bicicleta. Elas planeavam participar de um evento de ciclismo, mas tiveram de desistir, pois não teriam como treinar: os parques exclusivos para mulheres seriam os únicos locais onde poderiam pedalar. Como não podiam andar de bicicleta as iranianas decidiram postar selfies e vídeos a pedalar. Ishbel, que integrava a equipa nacional de ciclismo feminino do país, fez desta a sua bandeira e engrossa o coro a favor dos direitos das mulheres. Concluindo a bicicleta também contribuiu para a emancipação da mulher.
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